Muitos e muitas resistentes do passado, de
ideais e sonhos diferentes, sofreram no corpo e na mente a opressão e a
brutalidade do fascismo-salazarista – como de resto a dos vários fascismos que
esmagaram os povos entre os anos 20 e os anos 40 do século 20– e para os povos
português, espanhol, grego, brasileiro, africano e muitos outros, até muito mais tarde.
Mas então porque é que hoje, 25 de Abril de
2013, aqui e agora, será tão importante afinal mantermos viva a memória dos e
das ANARQUISTAS e ANARCO-SINDICALISTAS perseguidos, presos , torturados e
mortos pelo fascismo-salazarista?... Porque é que a sua memória continua, em
grande parte, a ser BRANQUEADA pelos historiadores do Poder de todas as cores
ou quando muito continuam a ser hipocritamente lembrados como anarquistas
MORTOS, como algo morto e enterrado e não
como uma ALTERNATIVA VIVA do presente?!
Hoje começa a tornar-se mais claro que
“santinhos” protetores da pobre humanidade, que profissionais da política e que representantes
(que todos sempre se cobram bem… ) do
alto do cavalo do Estado e dos governos, não são as SOLUÇÕES mas sim parte do
problema nas situações graves que afetam TRABALHADORES e POVO e que afinal
estes são capazes por si próprios de pôr em causa os interesses daqueles que os
exploram e oprimem, como o fizeram no passado os da antiga CGT (Confederação
Geral do Trabalho) proibida e perseguida pelo regime salazarista, reprimida na
greve insurreccional de 1934 , e finalmente esmagados no fim dos anos 40.
Essa organização anarco-sindicalista dxs
trabalhadores/as não precisava de funcionários,
nem de subsídios do Estado, nem de representantes ou de controladores de
qualquer partido para lutar contra O PATRONATO e o ESTADO-LADRÃO e jamais
pactuava ou aceitava “concertações sociais” ou ser “parceiro social” de
quaisquer patrões e governos, fossem eles republicanos ou monárquicos,
democratas, socialistas ou fascistas! Jamais punham em causa as suas reivindicações
como trabalhadores/as em nome de quaisquer táticas manhosas de quaisquer
arranjinhos “patrióticos” de governos. Eram, DE FACTO e não em palavras apenas
um CONTRA-PODER, anticapitalista e anti-opressão.
E HOJE
, mais do que nunca, precisamos das ideias e práticas ANARQUISTAS e
ANARCOSINDICALISTAS organizadas para ENFRENTARMOS O CAPITALISMO SELVAGEM e o/s
ESTADO/s que o defende e guarda - bem como tudo aquilo que com eles concilia!
No passado, foram homens e mulheres como os
anarquistas e anarco-sindicalistas da antiga CGT que se auto-organizaram para
resistir e tentar vencer o capitalismo e a opressão: Mário Castelhano (morto no Tarrafal), Angelina
Vidal (de Setúbal) , A.Simões Januário, Manuel
Fiúza Júnior (de Viana, morto na PIDE no Porto), Margarida de
Barros e Virgínia Dantas
(Porto-Fontaínhas) Manuel Joaquim de Sousa ( Porto- Paranhos-), Manuel Reis
(do Porto ), Amilcar Dias, António Soares, Anibal Dantas, Alberto
Moniz da Silva, António Luís, A.Augusto Quaresma, Campos
Lima, Clemente Vieira dos Santos, Constantino Mendes, Ferreira
de Castro (escritor), Faustino Bretes, Fernando Barros, Germinal
de Sousa, José Bernardo, Joaquim Correia, Justino Gomes,
José de Almeida, João Vieira Alves, João Black, João
Caldeira, José Antonio Machado, João Humberto Matias, Jaime
Rebelo, (de Setúbal -o homem da boca cerrada – que cortou a língua com os
dentes para não falar na PIDE…), Joaquim Moreira da Silva (o
poeta-carpinteiro de Vilar-Modivas) , Júlio Gonçalves Pereira, José
Reboredo, José Correia Pires, Luís Portela, Lucinda
Castelhano, Libânio Leal, Leonídio Rodrigues, Laura de
Sousa, Luísa do Carmo Adão, Lino de Andrade, Miquelina
Sardinha, Mário Domingues, Maria Antónia Aquino, Manuel Inácio Luís, M.Joaquim
Caetano da Silva, Melo Bandeira, Manuel Correia, Manuel
Pedro, Rodrigo Manuel Ferreira (do Porto),Emídio Santana (um
dos jovens autores do atentado falhado a Salazar em 1937…), e tantos e tantas
outras e outros... Todos eles e elas foram decerto produtos de uma época
heroica mas não eram feitos de carne, ossos e sangue diferentes das pessoas de
hoje!
Simplesmente tinham-se eles próprios formado na escola das ideias e praticas
anarquistas e anarco-sindicalistas (que não eram nem são DESORGANIZAÇÃO mas sim
AUTO-ORGANIZAÇÃO das próprias pessoas revoltadas contra as injustiças e
explorações dos poderosos – e só serão o CAOS para os inimigos do povo e dos
trabalhadores).
Forçosamente,
a “crise” atual e as misérias e a exploração selvagem do capitalismo e dos
Estados de que já se prevê a intensificação para os próximos tempos, haverão de
produzir também lutadoras e lutadores da têmpera daqueles nossos companheiros –
e possivelmente muitos e muitas mais, pois os tempos serão ainda mais duros do
que os dos anos 20 ou 30 do século passado.
A AIT-SP (Associação Internacional dos
Trabalhadores – Secção Portuguesa), que se pretende continuadora atual da
antiga CGT anarco-sindicalista, tem nos seus estatutos e programa bem claro que
tampouco nós deixaremos que o que os trabalhadores e o povo conseguiram
conquistar com a queda do fascismo em 25 de Abril de 1974 volte atrás e seja
destruído pelos atuais gatunos deste ou de qualquer outro governo e pelo
capital internacional, pelo FMI ou seja por quem for.
E da mesma forma que as nossas organizações
irmãs da AIT internacional (CNT espanhola, SOLFED inglesa, FAU alemã, CRASS
russa, FORA argentina e tantas outras),
bem como com os sindicalistas-revolucionários da IWW americana, ESE grega, e
outras estruturas libertárias, envidaremos os nossos esforços, mesmo à escala
da (ainda)pequena organização que somos aqui, para travar a ofensiva mundial do
capitalismo selvagem . Ao contrário do que alguns ainda acreditam, a solução
não cremos que esteja em nenhuma espécie de “governo patriótico” mas sim na
luta dos explorados e dos povos oprimidos de todo o mundo – porque os
explorados e oprimidos não têm outra pátria que não seja O MUNDO INTEIRO!
VIVA O 25 DE ABRIL LIBERTÁRIO! VIVA O 1º DE MAIO DA LUTA E RESISTÊNCIA
SOCIAL!
VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL LIBERTÁRIA MUNDIAL!
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