1.21.2011

Declaração da ZSP contra a farsa do governo local: os políticos se escondem, nós dizemos a eles para não voltarem


Em uma brecha sem prescendentes dos procedimentos democráticos, o partido dominante e a esquerda se recusaram a aparecer no conselho municipal. Ativistas do inquilinato e membros da ZSP tomaram a câmara e a ZSP anunciou que ficaríamos felizes se os políticos nunca mais aparecessem para trabalhar novamente. Ambos os grupos prometeram causar confusão e começar procedimentos para retirar os políticos. A ZSP também tentará organizar um movimento popular contra os políticos.

Em algumas vizinhanças onde os conselhos locais eleitos democraticamente não são controlados pelos neoliberais do partido dominante, houve sabotagem ativa do processo democrático, com o objetivo de ganhar o controle. Na vizinhança de Praga, onde a ZSP tem espaço e é muito ativa, o controle do conselho local significa controle da moradia e do processo de gentrificação já que certas decisões estão em sua competência.

Naquela vizinhança, uma disputa de poder vem acontecendo há alguns anos. Em um truque procedimental absolutamente absurdo, os políticos soberanos, também tendo controle sobre várias cortes, decidiram que o conselho local vem trabalhando ilegalmente desde 2006. Foi então que, durante um conflito, a presidenta da reunião, do partido dominante, convocou um intervalo, saiu da sala e (literalmente) se escondeu em um armário. Já que ela nunca declarou a sessão reaberta, foi decidido que todas as sessões ocorridas entre 2007 e 2009 foram inválidas e, em uma tarde de dezembro de 2009, cada decisão deveria ser votada novamente. A ZSP e os/as inquilinos/as organizaram uma mobilização durante a sessão para se opor a esta farsa e tentar prevenir as manipulações.

Depois das eleições de novembro, o partido dominante decidiu que este truque funcionou tão bem da primeira vez que eles tentariam novamente. Durante a sessão dedicada às designações, a presidenta, de novo dos neoliberais, interrompeu a sessão e não a reabriu. Isto significa que as designações para certas posições e comissões não foram feitas dentro do período estatutário e, de acordo com a Carta Municipal, é permitido à Prefeita que ela mesma designe as pessoas, que é o que ela fez.


No dia 14 de janeiro, estes designados estavam no prédio do conselho local e ativistas do inquilinato e membros da ZSP foram lá com um carrinho de mão para carregar eles para fora e criaram um distúrbio. Já que estas pessoas decidiram que não designariam uma comissão de moradia, isto basicamente significou que ninguém podia receber nenhuma moradia municipal (!!!), já que se precisa da comissão para isso. Em outras palavras, o partido dominante municipal, que quer basicamente liquidar tantas moradias públicas quanto o possível, usou este método para tentar evitar dar apartamentos às pessoas.

Nós lembramos às pessoas de que achamos que esta comissão de qualquer jeito é trapaceira, e que nosso postulado é que as pessoas deveriam decidir sobre a moradia pública, não os políticos ou os burocratas. A ZSP declarou que está tudo bem em não ter uma comissão de moradia já que nós mesmos/as podemos convocar uma e mostrar às pessoas onde os apartamentos desocupados estão.

Confrontados com isso, os políticos organizaram uma comissão.

Estão, houve também a pergunta de por que estas pessoas apontadas pela Prefeita estavam lá e quando elas seriam retiradas. Não que estejamos a favor de outros políticos – foi apenas que esta manobra era ultrajante demais! Havia uma petição oficial ao Município e o Conselho Municipal deveria resolver esta questão hoje.

É claro, eles não desejam retirar as pessoas plantadas especialmente como os soberanos de nossa vizinhança. Então o partido dominante e o partido de esquerda decidiram boicotar a sessão, o que resultou em falta de quórum.

Uma multidão de ativistas havia se reunido no Conselho. Alguns/mas haviam recebido um sinal de que isto poderia acontecer, mas outros/as esperavam fazer barulho quanto às manipulações autoritárias e a farsa organizada pelos liberais. Uma efígie da mulher que deu esse golpe no conselho local foi comprada. Quando ficou claro que não haveria sessão, uma pequena confusão começou. Os/as ativistas tomaram o salão do conselho e denunciaram os truques dos políticos. Panfletos e pôsteres foram distribuídos, reclamando que eles já não trabalham mesmo, e são um grupo desnecessário de parasitas. Algumas entrevistas foram feitas na TV com declarações sobre substituir os políticos, ocupar a administração e dizer aos políticos pra não se incomodarem em voltar.

Declaração da ZSP

Hoje os vampiros neoliberais do PO e seus cães de guarda do SLD conspiraram para boicotar a sessão do Conselho Municipal. Nos salões vazios do Conselho, nós também encontramos razões para celebração: a tão esperada ausência de nossos mestres. Nós defendemos a ideia de que o Município seria um lugar muito melhor se eles NUNCA viessem trabalhar e se, ao invés de sermos escravizados/as por suas decisões (antissociais), nós mesmos/as administrássemos as cidades.

Enquanto os políticos lutam por controle sobre nossos bens e posses públicos, nós declaramos que eles constituem uma classe ladra e parasita de que nós objetivamos nos livrar. Enquanto o povo é ninado na passividade pela democracia representativa, alguns/mas ainda notam o que eles estão fazendo – e nós nos opomos às suas manipulações!

Ao invés deles, nós escolhemos democracia direta, junto com nossos/as vizinhos/as, aberta e transparente, para o benefício de todos/as, e não somente àqueles com poder e conexões.

Políticos! Vocês ficaram em casa hoje – então não voltem!

Viva a organização e a resistência popular!

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