6.29.2013

JORNADAS DE PROTESTO CONTRA TODAS AS MISÉRIAS

OUTONO 2013 INVERNO:
JORNADAS DE PROTESTO CONTRA TODAS AS MISÉRIAS
Verdade seja dita: Maio de 2013 começou com as ‘festas’ das centrais sindicais oficiais, ao fundo as greves dos Trabalhadores em Educação (Estaduais, Municipais e Privadas mantiveram greves no período, sem unificá-las) e dos Trabalhadores da Saúde (que tem se mantido, isolada!). Mas junho-2013 começa como um sinal no ar, a radicalização do movimento social se manifestava, latente com a Greve dos Trabalhadores da Saúde (no Mato Grosso, conflitos por terra levam ao assassinato de índios Terenaem solidariedade índios de outras tribos fecham 4 rodovias federais e invadem a sede do PT paranaense em 03/06-; no dia 05/06, em resposta a Marcha GLBT em São Paulo a reação fascista se manifesta em Brasília, onde Mala Faia fala a dezenas de milhares de diferentes igrejas, contra o aborto e a união homossexual – em apoio ao pastor-politico Felicianus, na Comissão das Direitas na Câmara Deputados). Enquanto isso se inicia a contagem regressiva para a Copa (com o lema: VEM PRÁ RUA, A MAIOR ARQUIBANCADA DO BRASIL! IMAGINA A FESTA!), a Turquia se transforma em praça de guerra e, em todo o Brasil, um TARIFAÇO NACIONAL eleva o preço dos transportes enquanto o governo premia as empresas com isenção de impostos... A militância da Federação Operária de São Paulo (FOSP/COB-AIT) ao mesmo tempo em que mantivemos a propaganda CONTRA O IMPOSTO SINDICAL e PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, iniciadas em janeiro, iniciamos a luta CONTRA O DESEMPREGO O ARROCHO SALARIAL E A CARESTIA DA VIDA (que marcariam as Jornadas Internacionais de Luta da AIT-IWA, em Junho/2013, a Associação Internacional dos Trabalhadores).


 


Nesse caldo de cultura setores do movimento estudantil, ligados ao MPL (Movimento Passe Livre, organização autônoma frente às UEEs e a UNE, já a muito dominadas pelos partidos do poder) convoca seus primeiros Atos Contra o Aumento Das Tarifas: realizadas desde o início de Junho, iniciadas pelas manifestações em Goiânia, não chegaram a reunir 5 mil, em todo Brasil. Em São Paulo, no dia 06/06, reuniu cerca de 500 pessoas, sem causar grande impacto, até que a PM, sob o argumento que eles estavam fazendo arruaça, foi prá cima no velho estilo: balas de borracha, bombas de gás, porrada prá todo mundo... aí a moçada reagiu e o enfrentamento, desigual foi inevitável – começaram as prisões do que eles chamavam de vândalos e baderneiros, sob acusação de formação de quadrilha!!! Como sempre todos os meios de comunicação de massa repercutiram as declarações militares, buscando isolar os manifestantes e os protestos. O movimento não se intimidou e, a partir de convocatórias na Internet, chamou a 2ª manifestação em 07/06. Decididos a resistir às investidas da Tropa de Choque da PM, 5 mil bloquearam as principais vias da região de Pinheiros, a PM voltou a lançar suas armas contras os manifestantes, novas prisões são anunciadas, são impostas multas e fianças altas, começa aqui a Solidariedade Social ativa. Nessa altura, 11/06, já havia manifestações em dezenas de capitais.

 
Barricadas na Turquia e no Brasil mantem a luta de classes em foco.

Apesar da intensa propaganda midiática contra os vândalos, que atrapalhavam o trânsito - faziam pichações e que respondiam com pedras às blitz da tropa de choque da PM – a classe trabalhadora foi se posicionando a favor dos movimentos de protesto e, ao mesmo tempo, reconhecendo a aliança da mídia com o Estado. As manifestações  começam a se tornar muito mais amplas que as dimensões do MPL com a participação de dezenas de milhares de pessoas, a ampliação dos reclamos e reivindicações. Inicialmente nem a imprensa nem as forças de segurança notaram, quando viram já eram eles os vilões reconhecidos por todos: as manifestações passaram a ter um caráter de LUTA DE SALVAÇÃO NACIONAL: contra os desmandos policiais, dos governos e dos políticos, contra a corrupção e os gastos com a Copa, em defesa do direito de manifestação e por melhorias imediatas para Saúde, Educação, Moradia e Emprego. A partir daí, 17/06, as manifestações ocorrem em centenas de cidades, por todo o país, sempre enfrentando a repressão policial e se caracterizando por ataques contra a mídia a serviço do Capital: a Globo, a Record e o SBT são atacados diretamente.

 


A partir daí os discursos oficiais começam a mudar: as autoridades e a mídia passam a reconhecer a justeza das reivindicações; as manifestações passam a ser elogiadas, mas se mantém os ataques aos que eles chamam de vândalos - para não falar anarkistas – que apoiaram ativamente as mobilizações desde o seu início. Já a essa altura diversos militantes do SINDIVÁRIOS-SP-FOSP/COB-AIT são detidos e liberados, mas um militante, Trabalhador da Educação (Ildefonso, de Poá) é encaminhado, com outros manifestantes, para o presídio do Tremembé e processados por formação de quadrilha, posteriormente seriam soltos com o pagamento de fianças. A prefeitura chama o MPL para negociar, mas tudo não passa de um teatro. Nas manifestações do dia 18/06 há confrontos nas tentativas de invasão da sede da Prefeitura, em São Paulo; da sede do Parlamento no Rio e em Brasília. Fica caracterizada a limitação do MPL em organizar e negociar pelas manifestações espontâneas que ocorriam.



As manifestações já atingem a casa de centenas de cidades envolvidas, com mais de 2 milhões indo as ruas e confrontos violentos em tentativas de invasão às sedes da prefeitura de São Paulo, da Assembléia Legislativa no Rio e do parlamento em Brasília – além dos choques nas portas dos estádios nos dias dos jogos.  No exterior, manifestações de solidariedade ocorrem na Europa, na Ásia e nos U$A. Manifestantes turcos e brasileiros se confraternizam em manifestações conjuntas.


É nesse contexto que o governo cede e recua em todas as cidades onde ocorreram os aumentos, mas já não bastava: as manifestações continuam intensas e os partidos políticos e as centrais sindicais oficiais são hostilizadas e expulsas das manifestações em São Paulo, nas manifestações que levaram mais de 100.000 as ruas no dia 20/06. Partidos, sindicatos, políticos e governantes de todas as siglas se unem para atacar os que resistiram desde o início com as mesmas acusações de sempre: são bandidos infiltrados, vândalos e baderneiros – a quem ser lança a repressão mais cruel. Os saques se generalizam: os miseráveis e esfaimados tomam a iniciativa. A propaganda da mídia dá a entender que todos são a favor dos protestos, ninguém se responsabiliza pelos desmandos policiais e administrativos e se dá a entender que as manifestações são contra a violência dos ‘vândalos’, a quem as autoridades chamam de “bandidos infiltrados no movimento”.

Continuam os mesmo caras de pau: enquanto tudo acontecia nas ruas, no parlamento a Comissão presidida pelo fascista Feliciano aprova o direito a tortura e discriminação a todos que se declarem homossexuais, na famigerada “cura gay”. Será que tudo vai terminar como começou?

DEPENDE DA CAPACIDADE DE MATURAÇÃO E AUTO-ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO OPERÁRIO, que precisa superar as amarras do sindicalismo oficial e se organizar de forma independente, dentro de princípios claros. Entraremos numa fase de refluxo, marcada pela manipulação da informação pelo Poder/mídias oficiais, onde termos que desenvolver o balanço e as formas de superação desse momento histórico. Contribuímos, para a maturação dessa nova consciência social, com nossas propostas, ideias e lutas. Nós propomos e defendemos a adesão à FOSP/COB-AIT – ao Movimento Pela Reativação da COB/AIT, único movimento pelo SINDICATO LIVRE no Brasil - baseado no respeito às BASES DE ACORDO DA FOSP/COB-ACAT/AIT e nos Princípios do SINDICALISMO Revolucionário, da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), do qual somos a Seção Brasileira.

E PARA QUE ISSO?

Para que nos preparemos para a próxima batalha, mais um capítulo da luta de classes, que não cessará até a completa libertação de todos os oprimidos. Para o momento nossa proposta é NÃO SE DISPERSAR EM MOVIMENTOS FRAGMENTADOS, como já estávamos antes da eclosão das manifestações de Junho/2013. Mas unir as nossas forças dentro de novos parâmetros, com Federalismo, Autonomia E Apoio-Mútuo.

IMAGINA  NA  COPA!!!
Vimos, até o momento, setores da juventude proletária, assumindo a responsabilidade de ter chamado e sustentado a luta.    Mas a responsabilidade por essa luta não cabe somente as crianças, é responsabilidade de toda a classe operária!      

 Também vemos o papel das centrais sindicais partidarizadas e dos sindicatos atrelados ao Estado: com milhões de trabalhadores nas ruas protestando e greves nos setores da Saúde, Educação… Lula/PT convoca as centrais a manter os trabalhadores fora dessas lutas… nenhuma greve de  solidariedade, foi se quer considerada!!
Nós, da FOSP/COB, Seção Paulista da Associação Internacional dos Trabalhadores, chamamos toda a classe trabalhadora a assumir a sua luta abraçando as BASES DE ACORDO DA FOSP, se auto-organizando em Núcleos por local de trabalho e moradia, locais e Regionais, baseados em assembléias, autogestão e ação direta, rumo a GREVE GERAL de toda a classe trabalhadora! O 1* de Maio, dia de luta para a classe trabalhadora,  seria a data limite para a realização de ASSEMBLÉIAS PROLETÁRIAS CITADINAS, para fechar as reivindicações comuns, a data e a organização.

PELA REATIVAÇÃO DA COB/AIT!
VIVA A SOCIEDADE AUTOGERIDA!

- PELA MAIS AMPLA LIBERDADE   
DE EXPRESSÃO, MANIFESTAÇÃO E ORGANIZAÇÃO!
- PELA LIBERDADE DE TODOS OS PRESOS
E DETIDOS NAS MANIFESTAÇÕES DE PROTESTOS!
- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E DAS ORGANIZAÇÕES PROLETÁRIAS!

- CONTRA TODAS AS MISÉRIAS E A CORRUPÇÃO!

- CONTRA O CAPITALISMO E O ESTADO!

- PELA AUTOGESTÃO OPERÁRIA GENERALIZADA!

- PELO COMUNISMO LIBERÁRIO!

 


No comments:

Post a Comment