5.08.2012

1º de MAIO DE PROTESTO EM SÃO PAULO

Apesar da repressão policial que se seguiu à decisão do parlamento de criminalizar, em São Paulo, pichações e colagens de cartazes, militantes da FOSP/COB-ACAT/AIT não se intimidaram e, de forma criativa, realizaram uma agitação prévia, no início de Abril, denunciando a precarização e a perda de direitos aos quais os trabalhadores estão sendo submetidos. Ao mesmo tempo chamou a tradicional manifestação de 1º de Maio Proletário, Revolucionário e Libertário da FOSP – que vem sendo realizada regularmente desde 2001 - através de colagens de Cartazes, Pichações e de panfletagens de filipetas– intensificadas nas últimas semanas antes do 1º de Maio.
 
Em São Paulo a responsabilidade de encaminhar as atividades foi assumida pela Seção Grande São Paulo da FOSP/COB-AIT, o SINDIVÁRIOS-SP-FOSP/COB-ACAT/AIT, que fez uma intensa propaganda lembrando que o 1º de MAIO é um dia de Protesto, não de festas – como as promovidas pelas centrais sindicais sustentadas pelo Estado (na festa da FARSA SINDICAL o próprio ministro do Trabalho discursou...).
Lembrando a luta dos Mártires de Chicago e os 126 anos de luta pela Redução da Jornada de Trabalho o SINDIVÁRIOS-SP chamou manifestações regionais/locais pela manhã e a Concentração no Mercado de Escravos, as 12 hs, no centro da cidade. Assim se deu:

Após realizar minicomícios em várias regiões da cidade, especialmente na zona sul, os primeiros militantes chegavam a região da manifestação por volta das 12 hs. A partir daí iniciaram, no entorno, minicomícios e panfletagens do Manifesto de 1º de Maio da FOSP/COB-AIT. As 13 hs iniciaram uma Caminhada até as Escadarias do Teatro Municipal - tradicional local de manifestações libertárias na cidade - onde já estavam concentrados dezenas de trabalhadores e estudantes. Na região, no vale do Anhangabaú, a CUT/PT realizavam sua festas com vários artistas a soldo, para cerca de 30 mil pessoas.
A partir das 13:15 hs, em frente às escadarias do Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, se manteve a tática de panfletagens do Manifesto da FOSP/COB-AIT. Vários militantes, em pequenos grupos, no entorno da praça panfletavam e discutiam com os populares. Nas Escadarias se sobressaiam as bandeiras rubro/negras do anarcosindicalismo, mas também as tradicionais bandeiras negras anarquistas e uma vermelha. Além de militantes da FOSP/COB-AIT muitos e diversos coletivos de diferentes matizes representavam todas as regiões da cidade, inclusive daqueles, que até o ano passado, ainda frequentavam as festas do sindicalismo oficial. Pela primeira vez, em mais de 10 anos, pessoas ligadas ao Centro de Cultura Social/SP se fizeram presentes a uma manifestação chamada pela FOSP. A manifestação se mostrou como a manifestação libertária unificada mais ampla no século 21, apesar de em outros anos a participação popular ter sido bem maior. Não podemos esquecer a repressão policial em 2008 – com a detenção de cerca de 60 militantes e abertura de processo contra cinco deles (entre os quais dois Coordenadores da FOSP naquele momento). Neste ano, até cerca das 14:00 hs, estávamos em cerca de 200 trabalhadore@s. A polícia nos instigava a retirar as faixas da escadarias. Foram então afixadas no centro da praça onde panfletávamos.

Uma passeata do PCO avançou sobre o Viaduto do Chá, com a intenção de ocupar a Praça para um Comício. Após avaliar a situação resolveram circundar o Municipal, por trás, e se dirigir a São João, em direção à Praça da República. A situação, que durou alguns minutos, ficou tensa e levou ao início das discussões sobre ‘o que faríamos a seguir’. Nesse ponto um camarada da Coordenação Estadual da FOSP/COB-AIT chamou todos a se reunir em uma Assembleia Popular. Palavra aberta, várias pessoas falaram lançando suas propostas – alguns defendiam que de permanecesse no local, outros queriam sair em Passeata – como tradicionalmente fazemos nas manifestações de 1º de Maio da FOSP/COB-AIT.

Iniciada a Assembleia, após rápida discussão houve consenso sobre a realização da Passeata e passou-se a discutir para onde ir e por que caminho. Também aqui houve intensa discussão com várias falações. As propostas se dividiram em duas: ir para a Avenida Paulista (pela Consolação ou pela Augusta) e encerrar a Manifestação no MASP; ou a que terminou vencendo.  
 
Panfletando e gritando nossas palavras-de-ordem atravessamos então o Viaduto do Chá, a Praça do Patriarca (TRABALHADOR UNIDO GOVERNA SEM PARTIDO!), e Rua Direita chegando a Praça da Sé (GREVE GERAL DERRUBA O CAPITAL! ; AUTOGESTÃO SEM GOVERNO E SEM PATRÃO!) atravessar a Manifestação da INTERSINDICAL – que se encerrava -, com nossas palavras de ordem e distribuindo o Manifesto da FOSP. Em seguida seguimos para a Praça João Mendes e descemos Praça Clóvis retomando a Pç. Da Sé em direção ao Pátio do Colégio – onde paramos para a realização de um Comício (FASCISMO NÃO PASSARÁ! A FOSP NA RUA A LUTA CONTINUA!).

Em seguida prosseguimos pela Rua Boa Vista, atravessando o Largo São Bento e seguindo pela Libero Badaró (VOCÊ AÍ PARADO TAMBÉM É EXPLORADO!), descendo o Largo do Anhangabaú, atravessando ao largo a Manifestação festiva da CUT/PT, também, levando nossas palavras-de-ordem e distribuindo amplamente o Manifesto da FOSP/COB-AIT, no A PLEBE 72 (O POVO ORGANIZADO GOVERNA SEM ESTADO! ; VOTA NULO, NÃO SUTENTE PASITA!). Em seguida subimos a Avenida São João até o Largo do Paissandu – onde setores do Movimento Negro tradicionalmente comemoram a data da Abolição da Escravidão, no dia 13 de Maio de 1888, onde por consenso se decidiu encerrar a manifestação, com o fim dos panfletos seguindo-se a lenta evacuação da praça, sob certo atrito com a polícia que ocupava o Largo do Paissandu.
Assim se estabeleceu uma coerência do inconsciente coletivo dos manifestantes libertários, que - a todo o momento - tinham total controle da manifestação, encerrando a Manifestação desse 1º de Maio/2012 num local relacionado ao final formal da escravidão no Brasil, após iniciar A mesma Manifestação no antigo Mercado de Escravos de São Paulo.

 
CONTRA A PERDA DE DIREITOS E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO!

PELO PISO SALARIAL DE R$ 3.000,00, PRECEDIDO DE AUMENTO GERAL DE 80%!

REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 6 HS DIÁRIAS, 30 HS SEMANAIS!(Sem Redução Salarial!)

FIM A PERSEGUIÇÃO AO TRABALHADOR AMBULANTE E INFORMAL!

CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA SINDICAL E POPULAR!

PELA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL PARA OS TRABALHADORES!

PELA REATIVAÇÃO DA COB/AIT!

PELO SOCIALISMO LIBERTÁRIO E PELA AUTO-GESTÃO GENERALIZADA!

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