Apesar da repressão
policial que se seguiu à decisão do parlamento de criminalizar, em São Paulo,
pichações e colagens de cartazes, militantes da FOSP/COB-ACAT/AIT não se
intimidaram e, de forma criativa, realizaram uma agitação prévia, no início de
Abril, denunciando a precarização e a perda de direitos aos quais os
trabalhadores estão sendo submetidos. Ao mesmo tempo chamou a tradicional
manifestação de 1º de Maio Proletário, Revolucionário e Libertário da FOSP –
que vem sendo realizada regularmente desde 2001 - através de colagens de
Cartazes, Pichações e de panfletagens de filipetas– intensificadas nas últimas
semanas antes do 1º de Maio.
Em São Paulo a
responsabilidade de encaminhar as atividades foi assumida pela Seção Grande São Paulo da FOSP/COB-AIT,
o SINDIVÁRIOS-SP-FOSP/COB-ACAT/AIT,
que fez uma intensa propaganda lembrando que o 1º de MAIO é um dia de Protesto,
não de festas – como as promovidas pelas centrais sindicais sustentadas pelo
Estado (na festa da FARSA SINDICAL o próprio ministro do Trabalho
discursou...).
Lembrando a luta dos Mártires de
Chicago e os 126 anos de luta pela Redução da Jornada de Trabalho o SINDIVÁRIOS-SP
chamou manifestações regionais/locais
pela manhã e a Concentração no Mercado de Escravos, as 12 hs, no centro da
cidade. Assim se deu:
Após realizar minicomícios em várias regiões da cidade, especialmente na
zona sul, os primeiros militantes chegavam a região da manifestação por volta
das 12 hs. A partir daí iniciaram, no
entorno, minicomícios e panfletagens do Manifesto de 1º de Maio da
FOSP/COB-AIT. As 13 hs iniciaram uma Caminhada até as Escadarias do Teatro Municipal - tradicional
local de manifestações libertárias na cidade - onde já estavam concentrados
dezenas de trabalhadores e estudantes. Na região, no vale do Anhangabaú, a
CUT/PT realizavam sua festas com vários artistas a soldo, para cerca de 30 mil
pessoas.
A partir das 13:15 hs, em frente às escadarias do
Municipal, na Praça Ramos de Azevedo,
se manteve a tática de panfletagens do Manifesto da FOSP/COB-AIT. Vários militantes, em pequenos grupos, no
entorno da praça panfletavam e discutiam com os populares. Nas Escadarias
se sobressaiam as bandeiras rubro/negras
do anarcosindicalismo, mas também as tradicionais bandeiras negras
anarquistas e uma vermelha. Além de militantes da FOSP/COB-AIT muitos e
diversos coletivos de diferentes matizes representavam todas as regiões da cidade, inclusive daqueles, que até o ano passado,
ainda frequentavam as festas do sindicalismo oficial. Pela primeira vez, em
mais de 10 anos, pessoas ligadas ao Centro de Cultura Social/SP se fizeram
presentes a uma manifestação chamada pela FOSP. A manifestação se mostrou como
a manifestação libertária unificada mais ampla no século 21, apesar de em
outros anos a participação popular ter sido bem maior. Não podemos esquecer a repressão policial em 2008 – com a detenção de cerca de 60 militantes e
abertura de processo contra cinco
deles (entre os quais dois Coordenadores
da FOSP naquele momento). Neste ano, até cerca das 14:00 hs, estávamos em cerca
de 200 trabalhadore@s. A polícia nos instigava a retirar as faixas da
escadarias. Foram então afixadas no centro da praça onde panfletávamos.
Uma passeata do PCO
avançou sobre o Viaduto do Chá, com a intenção de ocupar a Praça para um
Comício. Após avaliar a situação resolveram circundar o Municipal, por trás, e
se dirigir a São João, em direção à Praça da República. A situação, que durou
alguns minutos, ficou tensa e levou ao início das discussões sobre ‘o que
faríamos a seguir’. Nesse ponto um
camarada da Coordenação Estadual da FOSP/COB-AIT chamou todos a se reunir em
uma Assembleia Popular. Palavra
aberta, várias pessoas falaram lançando suas propostas – alguns defendiam que
de permanecesse no local, outros queriam sair em Passeata – como tradicionalmente fazemos nas
manifestações de 1º de Maio da FOSP/COB-AIT.
Iniciada
a Assembleia, após rápida discussão
houve consenso sobre a realização da Passeata e passou-se a discutir para
onde ir e por que caminho. Também aqui houve intensa discussão com várias
falações. As propostas se dividiram em duas: ir para a Avenida Paulista (pela
Consolação ou pela Augusta) e encerrar a Manifestação no MASP; ou a que
terminou vencendo.
Em seguida
prosseguimos pela Rua Boa Vista, atravessando o Largo São Bento e seguindo pela Libero Badaró (VOCÊ AÍ
PARADO TAMBÉM É EXPLORADO!), descendo o Largo do Anhangabaú, atravessando ao largo a Manifestação
festiva da CUT/PT, também, levando nossas palavras-de-ordem e distribuindo
amplamente o Manifesto da FOSP/COB-AIT, no A PLEBE 72 (O POVO ORGANIZADO GOVERNA SEM ESTADO! ; VOTA NULO, NÃO SUTENTE PASITA!). Em seguida subimos a Avenida São João até o Largo do Paissandu
– onde setores do Movimento Negro tradicionalmente comemoram a data da Abolição
da Escravidão, no dia 13 de Maio de 1888, onde por consenso se decidiu encerrar
a manifestação, com o fim dos panfletos seguindo-se a lenta evacuação da praça,
sob certo atrito com a polícia que ocupava o Largo do Paissandu.
Assim se estabeleceu
uma coerência do inconsciente coletivo dos manifestantes libertários, que - a
todo o momento - tinham total controle da manifestação, encerrando a
Manifestação desse 1º de Maio/2012 num local relacionado ao final formal da
escravidão no Brasil, após iniciar A mesma Manifestação no antigo Mercado de
Escravos de São Paulo.
CONTRA A PERDA DE DIREITOS E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO!
PELO PISO SALARIAL DE R$ 3.000,00, PRECEDIDO DE AUMENTO
GERAL DE 80%!
REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 6 HS DIÁRIAS, 30 HS
SEMANAIS!(Sem Redução Salarial!)
FIM A PERSEGUIÇÃO AO TRABALHADOR AMBULANTE E INFORMAL!
CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA SINDICAL E POPULAR!
PELA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL PARA OS
TRABALHADORES!
PELA REATIVAÇÃO DA COB/AIT!
PELO SOCIALISMO LIBERTÁRIO E PELA AUTO-GESTÃO
GENERALIZADA!
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