6.06.2011

SOLIDARIEDADE ÀS GREVES EM SÃO PAULO E NO RIO

A Seção da FOSP/COB-AIT em São Paulo, o SINDIVÁRIOS-SP-FOSP/COB-ACAT/AIT, vem a público manifestar sua posição sobre o ciclo de greves ocorrido em São Paulo nesse início de junho/2011, num momento em que se acentua a crise capitalista no Brasil, com o aumento da inflação e do desemprego. Não a toa se acentua a repressão à luta camponesa, também no mesmo instante em quer o IBAMA libera a construção da Usina de Belomonte e em que o parlamento delibera sobre a reforma do ‘Código Florestal’, acentuando a destruição das reservas naturais e da biodiversidade – com o apoio da reacionária ‘ União Ruralista’, parte da base política do governo de ‘união popular’, encabeçado por dona Dilma/PT, que assiste impassível  (e até justifica ) o assassinato covarde de lideranças do movimento camponês, especialmente na região amazônica.
Enquanto em São Paulo várias categorias ameaçavam realizar uma greve conjunta (ferroviários, metroviários, motoristas e cobradores de ônibus, trabalhadores da SABESP e da CETESB), que facilmente poderia chegar  a uma grande greve geral, termina abortada pela posição covarde, reformista e conciliadora das diretorias dos sindicatos oficiais, atrelados ao Estado, dessas mesmas categorias. No Metrô, onde os trabalhadores em Assembléia tiraram reivindicações que alcançavam os 85% de reajuste salarial – com correção das perdas inflacionárias do ano, acrescidas  de perdas passadas e ganho por produtividade – e na negociação entre a empresa e a ‘nova’ direção sindical – ligada ao PSTU – ‘conseguiram’ algo em torno dos 7%, levando esse índice à Assembléia da categoria na véspera da deflagração da greve como se fosse uma vitória, induzindo a plenária da Assembléia a aceitar a proposta da patronal e recuar da greve, traindo um pacto feito com os trabalhadores ferroviários e da SABESP e da CETESB. A mesma coisa termina acontecendo também no sindicato dos cetesbianos. Assim no dia 1º de junho vão a greve os ferroviários (2 sindicatos aderiram e 2 se submeteram a patronal), os motoristas e cobradores de várias cidades da Grande São Paulo e os trabalhadores da SABESP, em todo o estado.
Entendemos que o momento era para uma greve geral, onde se poderia unir toda a classe trabalhadora contra o desemprego, a carestia da vida, por melhores condições de trabalho e por um aumento de emergência de 62% (mesmo índice auto-dado pelos políticos no parlamento no mesmo momento em que deram  5% de reajuste para o Salário Mínimo, numa manifestação de escárnio a todos os trabalhadores) para toda a classe trabalhadora. Nesse processo a classe trabalhadora poderia conquistar, em um salto de décadas, a liberdade de organização sindical – rompendo a camisa de força que a CLT e o sindicalismo oficial e de origem fascista, com que o Estado prendeu os trabalhadores, após a destruição dos sindicatos livres, ligados a COB, durante a ditadura getulista no Estado Novo.
Nossa ação, desde o primeiro momento, foi o de apoiar a greve conjunta que se apresentava no final de maio/2011, estimulando a deflagração de uma Greve Geral, inicialmente de Solidariedade às categorias paradas, mas apontando para uma greve geral ativa dentro das reivindicações já apontadas. Da mesma forma atuamos tanto nas categorias que foram e as categorias que furaram a greve, como nas atividades de apoio a greve (panfletagens e ação nos locais de trabalho e moradia que culminariam com a realização de uma Ato Público de Apoio a Greve a se realizar na Estação Capão-Redondo do Metrô, na região de Santo Amaro, nas proximidades da Estrada do M’Boi Mirim – já marcada pelas manifestações de ação direta pela melhoria no transporte na região. Mesmo com a suspensão da greve decidimos manter a manifestação, em favor de uma Greve Geral Ativa, para a tarde do dia 05/06/2011.
Da mesma forma nos manifestamos em apoio a greve dos bombeiros do Rio de Janeiro, que em greve ativa invadiram o Quartel Geral do Corpo de Bombeiros, na praça da República, com mais de 2000 pessoas, sendo desalojados e presos pelo batalhão do BOPE.
Da mesma forma estamos solidários à Greve dos operários texteis da FFMercantil (que produzem as marcas FINTA e LOTTO), em apoio ao SINDIVÁRIOS-Araxá-FOM/COB-ACAT/AIT, que em luta por melhores condições de trabalho já tiveram 4 camaradas demitidos enquanto realizavam operação tartaruga e ameaçam com uma greve, tentando abrir negociação com a patronal a dois meses.
Portanto, independentemente das posições oportunistas dos partidos políticos que dominam os sindicatos oficiais, reafirmamos nossa posição de solidariedade total aos trabalhadores em luta, apontando para uma grande Greve Geral anti-capitalista por:
- AUMENTO DE SALÁRIOS EMERGENCIAL DE 62% PARA TODA A CLASSE TRABALHADORA!
- PELA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL!
- PELO DIREITO AO TRABALHO AOS TRABALHADORES AMBULANTES AUTÔNOMOS!
- PELA REVOLUÇÃO AGRÁRIA!
- CONTRA A CARESTIA DA VIDA!
- CONTRA A DEMISSÃO DO COMPANHEIRO ÍCARO, E DEMAIS TRABALHADORES DEMITIDOS DA FFMERCANTIL-ARAXÁ/MG, E A TODAS AS DEMISSÕES POR MOTIVO DE GREVE!
- CONTRA O DESEMPREGO!
- CONTRA O ASSASSINATO DE CAMPONESES EM LUTA POR TERRA E NA DEFESA DA FLORESTA!
- TOTAL REPÚDIO AO ASSASSINATO DE ADELINO RAMOS, DO MOVIMENTO CAMPONÊS CORUMBIARA, CAMARADA SIMPATIZANTE DA COB/AIT!
- CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO!
- CONTRA AS FRONTEIRAS E CONTRA A ESCRAVIDÃO DE TRABALHADORES BOLIVIANOS, PERUANOS, ETC!
- ABAIXO O CAPITALISMO E O ESTADO!
- PELA AUTO-GESTÃO GENERALIZADA!
- PELO SOCIALISMO LIBERTÁRIO!
SINDIVÁRIOS-SP-FOSP/COB-ACAT/AIT
E-mails para contato:
cobforgs@yahoo.com.br

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