No encerramento do seu X Congresso, a CNT mantém a estratégia sindical assembleária e desde a base, sem eleições sindicais, liberados ou subvenções.
A organização anarcosindicalista vai redobrar os seus esforços em direção aos setores mais precários da economia e da sociedade, aumentando a sua colaboração com os movimentos sociais e sindicais. O próximo Comitê Confederal será estabelecido em Córdoba, com Alfonso Alvarez como Secretário Geral.
Enquanto celebrávamos a última sessão do X Congresso da CNT, iam sendo esclarecidas as linhas mestras do que será a sua conduta sindical e social para os próximos quatro anos. Um centenário cheio de delegações – mais de 500 cenetistas, especialmente jovens – concluíam assim estas 50 horas de assembléia, além das discussões anteriores nos respectivos sindicatos de origem.
Após uma análise detalhada da evolução do capitalismo e da sociedade de classes no contexto atual, a CNT considera que diante dos grandes problemas da humanidade a organização deve seguir as mesmas formas de luta que tantos sucessos deram ao movimento operário antes de sua absorção pelo sistema ao longo do século passado.
As múltiplas crises que sofremos hoje (ambiental, alimentar e econômica) têm por trás um capitalismo mais
predador, uma vez que os sindicatos esqueceram suas ferramentas clássicas de organização: ação direta, autogestão e federalismo. Nesse sentido, a CNT considera que a sua estratégia sindical contra as eleições sindicais, sem liberados nem subvenções, é a única alternativa que resta para a classe trabalhadora para inverter essa correlação de forças adversas para frear a especulação, a exploração laboral, a destruição ambiental, os abusos sociais de todos os tipos (sobre imigrantes, mulheres, presos, crianças...).
Entre as resoluções aprovadas se encontra uma clara denúncia contra a economia financeira: a organização está empenhada em garantir que seus ativos não caiam em qualquer fundo especulativo e vai promover a objeção fiscal. Também aumentará a presença no local de trabalho, privilegiando os setores mais precários como a hotelaria, comércio, alimentação... Os problemas inerentes a este sistema econômico afetam cada vez mais pessoas trabalhadoras, assim as alianças pontuais com os movimentos sociais e sindicais são de grande relevância para se levantar no dia a dia. Serão promovidas as lutas transversais em torno da ecologia, gênero e educação, bem como iniciativas específicas, tais como grupos de consumo responsáveis ou de pedagogia libertária.
Ontem à noite foi eleito o Secretário Geral: Alfonso Alvarez, um motorista de ônibus em AUCORSA e Córdoba como local de residência do Comitê Confederal. Além disso, a CNT vai continuar trabalhando para articular um movimento de economia alternativa mais além do cooperativismo retumbante, mediante coletividades de produção e consumo local, sem esquecer que a solução final para os problemas causados pelo capitalismo é sua substituição por um sistema de pessoas livres, sem ataduras econômicas, nem
religiosas, que estejam organizadas de baixo para cima, partilhando as necessidades e a economia: o comunismo libertário.
Miguel Fernández Martín
Secretário de Imprensa e Comunicação
agência de notícias anarquistas-ana
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