OUTONO 2013 INVERNO:
JORNADAS DE PROTESTO CONTRA
TODAS AS MISÉRIAS
Verdade
seja dita: Maio de 2013 começou com as ‘festas’ das centrais sindicais oficiais,
ao fundo as greves dos Trabalhadores em Educação (Estaduais, Municipais e
Privadas mantiveram greves no período, sem unificá-las) e dos Trabalhadores da
Saúde (que tem se mantido, isolada!). Mas junho-2013 começa como um sinal no ar,
a radicalização do movimento social se manifestava, latente com a Greve dos
Trabalhadores da Saúde (no Mato Grosso,
conflitos por terra levam ao assassinato
de índios Terena – em solidariedade
índios de outras tribos fecham 4 rodovias federais e invadem a sede do PT
paranaense em 03/06-; no dia 05/06, em resposta a Marcha GLBT em São
Paulo a reação fascista se manifesta em
Brasília, onde Mala Faia fala a dezenas de milhares de diferentes igrejas, contra o aborto e a união homossexual –
em apoio ao pastor-politico Felicianus,
na Comissão das Direitas na Câmara Deputados). Enquanto isso se inicia a contagem regressiva para a Copa (com o lema: VEM PRÁ RUA, A MAIOR ARQUIBANCADA DO BRASIL! IMAGINA
A FESTA!), a Turquia se transforma em praça de guerra e, em todo o Brasil, um TARIFAÇO NACIONAL eleva o preço dos
transportes enquanto o governo premia
as empresas com isenção de impostos... A militância da Federação Operária de
São Paulo (FOSP/COB-AIT) ao mesmo tempo em que mantivemos a propaganda CONTRA O
IMPOSTO SINDICAL e PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, iniciadas em janeiro,
iniciamos a luta CONTRA O DESEMPREGO O
ARROCHO SALARIAL E A CARESTIA DA VIDA (que marcariam as Jornadas Internacionais de Luta da AIT-IWA,
em Junho/2013, a Associação Internacional dos Trabalhadores).
Barricadas na Turquia e no Brasil mantem a luta de classes em foco.
Apesar da intensa propaganda midiática contra os vândalos, que
atrapalhavam o trânsito - faziam pichações e que respondiam com pedras às blitz
da tropa de choque da PM – a classe
trabalhadora foi se posicionando a favor dos movimentos de protesto e, ao
mesmo tempo, reconhecendo a aliança da mídia com o Estado. As
manifestações começam a se tornar muito
mais amplas que as dimensões do MPL com a participação de dezenas de milhares
de pessoas, a ampliação dos reclamos e reivindicações. Inicialmente nem a
imprensa nem as forças de segurança notaram, quando viram já eram eles os
vilões reconhecidos por todos: as manifestações passaram a ter um caráter
de LUTA DE SALVAÇÃO NACIONAL: contra
os desmandos policiais, dos governos
e dos políticos, contra a corrupção e os gastos com a Copa, em defesa do direito de manifestação e
por melhorias imediatas para Saúde, Educação, Moradia e Emprego. A partir daí, 17/06, as manifestações ocorrem em centenas de cidades, por todo o país,
sempre enfrentando a repressão policial e se caracterizando por ataques contra
a mídia a serviço do Capital: a Globo, a Record e o SBT são atacados
diretamente.
A partir daí os discursos oficiais começam a mudar: as autoridades
e a mídia passam a reconhecer a justeza das reivindicações; as manifestações passam
a ser elogiadas, mas se mantém os ataques aos que eles chamam de vândalos -
para não falar anarkistas – que apoiaram ativamente as mobilizações desde o seu
início. Já a essa altura diversos militantes do SINDIVÁRIOS-SP-FOSP/COB-AIT são
detidos e liberados, mas um militante, Trabalhador da Educação (Ildefonso, de
Poá) é encaminhado, com outros manifestantes, para o presídio do Tremembé e
processados por formação de quadrilha, posteriormente seriam soltos com o
pagamento de fianças. A prefeitura chama o MPL para negociar, mas tudo não
passa de um teatro. Nas manifestações do dia 18/06 há confrontos nas tentativas de invasão da sede da
Prefeitura, em São Paulo; da sede do Parlamento no Rio e em Brasília. Fica
caracterizada a limitação do MPL em organizar e negociar pelas manifestações
espontâneas que ocorriam.
As manifestações já atingem a
casa de centenas de cidades envolvidas, com
mais de 2 milhões indo as ruas e confrontos violentos em tentativas de invasão às sedes da
prefeitura de São Paulo, da Assembléia Legislativa no Rio e do parlamento em
Brasília – além dos choques nas portas dos estádios nos dias dos
jogos. No exterior, manifestações de
solidariedade ocorrem na Europa, na Ásia e nos U$A. Manifestantes turcos e
brasileiros se confraternizam em manifestações conjuntas.
É nesse contexto que o governo cede e recua em todas as cidades
onde ocorreram os aumentos, mas já não bastava: as manifestações continuam
intensas e os partidos políticos e as
centrais sindicais oficiais são hostilizadas e expulsas das manifestações em
São Paulo, nas manifestações que levaram mais de 100.000 as ruas no
dia 20/06. Partidos, sindicatos, políticos e governantes de todas as
siglas se unem para atacar os que resistiram desde o início com as mesmas
acusações de sempre: são bandidos infiltrados, vândalos e baderneiros – a quem
ser lança a repressão mais cruel. Os saques se generalizam: os miseráveis e
esfaimados tomam a iniciativa. A propaganda da mídia dá a entender que todos
são a favor dos protestos, ninguém se responsabiliza pelos desmandos policiais
e administrativos e se dá a entender que as manifestações são contra a
violência dos ‘vândalos’, a quem as autoridades chamam de “bandidos infiltrados no movimento”.
Continuam os mesmo caras de
pau: enquanto tudo acontecia nas ruas, no parlamento a Comissão presidida pelo
fascista Feliciano aprova o direito a tortura e discriminação a todos que se
declarem homossexuais, na famigerada “cura gay”. Será que tudo vai terminar
como começou?
DEPENDE DA CAPACIDADE DE MATURAÇÃO E AUTO-ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO
OPERÁRIO, que precisa superar as amarras do sindicalismo oficial e se
organizar de forma independente, dentro de princípios claros. Entraremos numa
fase de refluxo, marcada pela manipulação da informação pelo Poder/mídias
oficiais, onde termos que desenvolver o balanço e as formas de superação desse
momento histórico. Contribuímos, para a maturação dessa nova consciência
social, com nossas propostas, ideias e lutas. Nós propomos e defendemos a adesão à FOSP/COB-AIT – ao Movimento
Pela Reativação da COB/AIT, único movimento
pelo SINDICATO LIVRE no Brasil - baseado no respeito às BASES DE ACORDO DA FOSP/COB-ACAT/AIT e
nos Princípios do SINDICALISMO
Revolucionário, da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), do qual
somos a Seção Brasileira.
E PARA QUE ISSO?
Para que nos preparemos para a
próxima batalha, mais um capítulo da luta de classes, que não cessará até a
completa libertação de todos os oprimidos. Para o momento nossa proposta é NÃO
SE DISPERSAR EM MOVIMENTOS FRAGMENTADOS, como já estávamos antes da eclosão das
manifestações de Junho/2013. Mas unir as nossas forças dentro de novos
parâmetros, com Federalismo, Autonomia E Apoio-Mútuo.
IMAGINA NA
COPA!!!
Vimos, até o momento, setores da juventude proletária, assumindo a responsabilidade de ter chamado e sustentado a luta. Mas a responsabilidade por essa luta não cabe somente as crianças, é responsabilidade de toda a classe operária!
Vimos, até o momento, setores da juventude proletária, assumindo a responsabilidade de ter chamado e sustentado a luta. Mas a responsabilidade por essa luta não cabe somente as crianças, é responsabilidade de toda a classe operária!
Também vemos o
papel das centrais sindicais partidarizadas e dos sindicatos atrelados ao
Estado: com milhões de trabalhadores nas ruas protestando e greves nos setores
da Saúde, Educação… Lula/PT convoca as centrais a manter os trabalhadores fora
dessas lutas… nenhuma greve de
solidariedade, foi se quer considerada!!
Nós, da FOSP/COB, Seção Paulista da Associação
Internacional dos Trabalhadores,
chamamos toda a classe trabalhadora a assumir a sua luta abraçando as BASES DE
ACORDO DA FOSP, se auto-organizando em Núcleos por local de trabalho e moradia,
locais e Regionais, baseados em assembléias, autogestão e ação direta, rumo a
GREVE GERAL de toda a classe trabalhadora! O 1* de Maio, dia de luta para a
classe trabalhadora, seria a data limite
para a realização de ASSEMBLÉIAS PROLETÁRIAS CITADINAS, para fechar as
reivindicações comuns, a data e a organização.
PELA REATIVAÇÃO DA COB/AIT!
VIVA A SOCIEDADE AUTOGERIDA!
-
PELA MAIS AMPLA LIBERDADE
DE
EXPRESSÃO, MANIFESTAÇÃO E ORGANIZAÇÃO!
-
PELA LIBERDADE DE TODOS OS PRESOS
E
DETIDOS NAS MANIFESTAÇÕES DE PROTESTOS!
- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS E DAS ORGANIZAÇÕES PROLETÁRIAS!
-
CONTRA TODAS AS MISÉRIAS E A CORRUPÇÃO!
-
CONTRA O CAPITALISMO E O ESTADO!
- PELA AUTOGESTÃO OPERÁRIA
GENERALIZADA!
-
PELO COMUNISMO LIBERÁRIO!
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